
10 curtas-metragens para ver no IndieLisboa
A equipa de programadores da seção do IndieLisboa sugere dez curta-metragens para ver no festival – que iniciou dia 21 e decorre até 8 de setembro.
One Thousand and One Attempts to Be an Ocean, de Wang Yuyan
Wang Yuyan eleva a arte do raccord a um mantra de ondulações e texturas líquidas que atravessa a histórias das imagens em movimento, do filme científico ao vídeo viral, passando pelo ASMR, pelo arquivo histórico ou pelo modelo 3D.
The Canyon, de Zachary Epcar
Ao sexto filme, Zachary Epcar concretiza uma investigação irónica e sensorial à vida suburbana. Em The Canyon o realizador alarga o escopo do seu olhar a uma comunidade, traduzindo-o num zoom-in contínuo que caminha para o vazio.
Ricardo Vieira Lisboa
The Last Day, de Lauri-Matti Parppei
Um musical sobre a inevitabilidade da separação, mesmo quando há amor, filmada com uma sensibilidade pop que não se esquiva a um esgar sarcástico.
The Pleasants Effect, de Pete Levine
O ponto de partida é uma história esquecida sobre um inventor amador e o resultado é um documentário sui generis que começa se tornou a literal obra da vida do realizador. Na gaveta durante 40 anos, é uma pérola resgatada ao tempo.
Ana Cabral Martins
Blue Rose, de Olya Korsun
Flores, rosas, naturais, azuis, coloridas, efémeras, plantam-se aqui e viajam pela infância, jardins, laboratórios, mercados, pinturas, analogias, conceitos… Um verdadeiro tratado visual ensaístico, viveiro de ideias onde a flor é personagem central de beleza inaugural e final, simbologia, ciência, economia, e pretexto para reflexões maiores inteligíveis e sensíveis.
All of your Stars are but Dust on my Shoes, de Haig Aivazian
A corrente aqui é eléctrica e é o ‘’nervo da vida” numa rota de luz e escuridão. Um filme que explora a electricidade como ferramenta de policiamento, extâse, medo. Um filme olho-analítico que aprofunda este poderoso meio em múltiplas direcções, especular e vibrantemente sensorial.
Carlota Gonçalves
In the Air Tonight, de Andrew Norman Wilson
Um filme que reconcilia toda uma geração de detractores do repertório de Phil Collins com este êxito do músico britânico. Uma ficção que fala de concordes, Live Aid, festas à beira mar, e de um momento preciso em que alguma coisa podia ter acontecido. De todas as histórias sobre a origem desta composição musical, a do realizador Andrew Norman Wilson é a mais apetecível.
Letter From Your Far-off Country, de Suneil Sanzgiri
Numa altura em que o governo de extrema-direita indiano tenta calar todos os críticos do regime e subjugar milhões de cidadãos, em particular os muçulmanos da região de Caxemira, este filme parte da correspondência trocada entre o pai do realizador, o poeta Agha Shahid Ali, no exílio, e o líder do Partido Comunista Indiano, Prabhakar Sanzgiri. Nestas cartas percebe-se à distância o silenciamento de um povo e a claustrofobia de quem não pode ou quer sair do país.
Margarida Moz
Retour à Toyama, de Atsushi Hirai
Por vezes voltar a casa é algo muito difícil. Takumi volta a Toyama depois da morte do seu Pai e é confrontado com as memórias do sítio de onde partiu há vários anos. A presença do seu Pai sente-se nas diversas paredes, ruas e cantos da cidade. Um belíssimo filme onde sentimos o tempo e o espaço de um lugar de forma tão natural e cativante.
Transportation Procedures For Lovers, de Helena Estrela
Se não podemos estar fisicamente com as pessoas de quem mais amamos talvez faça sentido explorar métodos alternativos, telepatia ou a entrega de um ser humano por estafeta. É com esta premissa que Helena Estrela nos mostra um filme pequeno em duração mas gigante no amor por quem lhe é mais próximo.
Rui Mendes