Rumo ao “rock’n’roll”: a invenção da guitarra elétrica
A história da guitarra elétrica, que faria a delícia dos “rockers” no tempo e no espaço, surge, tal como o cinema e a fotografia, da técnica. Mas são os artistas que a imaginam – esta é um história com o protagonismo de Charles Christian, T-Bone Walker, Sister Rosetta Tharpe.
A tentativa de transformação da vibração das cordas em sinais elétricos vinha desde o início do século XX – e os primeiros sucessos na empreitada deram-se com os violinos.
Alguns anos mais tarde essas iniciativas combinaram-se com uma necessidade muito pragmática: enquanto as “big bands” cresciam em número de integrantes e instrumentos, como fazer a pobre guitarra ser ouvida no meio do turbilhão dos instrumentos de sopro? Aliás, nos anos 40, preocupações mundanas a levariam ao “blues”, onde Muddy Waters evocaria razão semelhante: como se fazer ouvir no turbilhão de conversas dos minúsculos clubes de Chicago onde ele tocava?
Les Paul, Gibson, Fender
A busca para transformar a vibração das cordas em sinais elétricos e assim amplificar o som eram mais antigas, no entanto, e as primeiras patentes surgem já em 1910 – neste caso relacionadas ao violino. Com um “design” que hoje não parece muito inspirador, a “frying pan” do inventor Georges Beachman, foi a primeira guitarra elétrica posta no mercado.
Os “designs” foram melhorando na medida em que ainda na segunda metade da década de 30 várias companhias iam se lançando no mercado. E, com eles, os captadores eletromagnéticos, os alti-falantes e inovações a várias níveis – entre as quais a de torna-la um instrumento próprio para tocar em pé.
As mais famosas guitarras apareceram anos depois – quando Les Paul, que além de inventor foi um músico inovador, fez uma parceria com a Gibson – por sua vez em guerra comercial com Fender Musical Instruments. Coube a esta última o lançamento da guitarra mais imitada de todas: a Fender Stratocaster (foto de abertura) – aperfeiçoada entre 1952 e 1954 e destinada à uma assinalável longevidade no mercado. Visualmente diferente da Gibson Les Paul, por exemplo, rompia com todas as linhagens anteriores onde as guitarravas estavam associadas ao modelo hispânico consagrado no final do século XIX.
Quanto ao que a arte musical diz respeito, a virada dos anos 30 para os 40 conhecem os primeiros mestres da guitarra elétrica a ficarem gravados – alguns estabelecendo um séquito de influências que durariam décadas. Mais interessante ainda, vinham dos mais diversos géneros – do “jazz”, do “country”, do “gospel” e, claro, do “blues”.