“Rock’n’roll”: as surpresas chegam de onde menos se esperam. Uriah Heep, “Chaos & Colour”

“Rock’n’roll”: as surpresas chegam de onde menos se esperam. Uriah Heep, “Chaos & Colour”

Fevereiro 6, 2023 0 Por Roni Nunes
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Uma banda com 25 álbuns e 54 anos de carreira não deixa ninguém à espera de coisa nenhuma. Daí a boa nova: Chaos & Colour é um petardo – ainda que possa ser acusado de ser uma cápsula do tempo que coloca a questão: fazer de novo é fazer mal?

A abertura com “Save me Tonight” serve para tornar esses questionamentos supérfluos – tal como o restante de um álbum – variado, honesto, emocional e satisfatório. O guitarrista Mick Box, agora com 74 anos, é o único da formação original, mas o teclista Phil Lanzon e o cantor Bernie Shaw já vão em quase 40 anos de banda. O baterista Russell Gibrook e o baixista David Rimmer completam a formação.

“Save me Tonight”: https://www.youtube.com/watch?v=bGZz0YvuhS8

Pioneiros do “hard rock”, do Progressivo e do “heavy metal”, o grupo britânico anda no “show business” desde 1969 – tropeçando na literatura de Charles Dickens no nome da banda (Uriah Heep é um personagem de “David Copperfield”) e no título do álbum de estreia em 1970 – … Very ‘Eavy… Very ‘Umble.  

Destes tempos onde surgiam fortemente assemelhados com os Deep Purple, ficou para a história uma declaração de uma jornalista da Rolling Stone, que disse que cometeria suicídio se aquela banda desse certo. Não é sabido ao certo o destino da madame, mas o dos rapazes conhece-se bem: o auge veio logo a seguir, com trabalhos como Look at Yourself e Demons & Wizards – este muitas vezes considerado a obra-prima da banda.

“Age of Changes”: https://www.youtube.com/watch?v=6kWDFaoYMkA

Os anos 70 viram auge, exaustão e 12 álbuns – até a óbvia redução nos 80s, onde bandas do género começavam a passar um pouco de moda. Cinco trabalhos de resultados diversos vieram à tona – somados a mais três nos anos 90. No século XXI o grupo só voltou às gravações em 2008 – mantendo uma regularidade a partir daí e uma associação, iniciada em 2018, com um produtor mais jovem, Jay Ruston, que retorna em Chaos & Colour e reforça uma parceria bem-sucedida. 

Apesar da relativa discrição com que circulam nos mercados anglo-saxões, o grupo tem permanecido bastante popular na Alemanha, na Holanda, na Escandinávia, no Japão e, especialmente, na Rússia.

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