Retrospetiva: as obras do cineasta mais popular de sempre – parte 1

Retrospetiva: as obras do cineasta mais popular de sempre – parte 1

Janeiro 21, 2023 0 Por Roni Nunes
Partilhar

Os Fabelmans, de Steven Spielberg, já estreou um pouco por todo o lado e a estas alturas arrasta consigo uma excelente receção geral. O filme aborda, em tons autobiográficos, a vida de um menino apaixonado por cinema. Mais sobre o filme aqui

Enquanto isso, aproveitamos para uma passagem pelos 31 filmes restantes do cineasta mais popular e reconhecido pelo público em todos os tempos. Na primeira série, os últimos cinco.

2021 WEST SIDE STORY

Uma das últimas e arrojadas tentativas de Steven Spielberg em aventurar-se por novos caminhos, neste caso um musical – algo que sempre sonhou fazer… Mais sobre o filme aqui.

“West Side Story”

2018 READY PLAYER ONE (foto de abertura)

Não estará entre os mais amados filmes do realizador, mas ainda continha questões de interesse, como a existência virtual dos garotos do século XXI e uma mensagem sobre a necessidade de “materialização” dos mesmos – simbolicamente representado por um beijo (não dado…) à uma mulher. Os jogadores vivem numa realidade virtual, enquanto o mundo fora dos jogos está marcado pela miséria e por um totalitarismo distópico. No meio das “alucinações” virtuais houve espaço para as célebres meninas gémeas do Iluminado de Stanley Kubrick – além de outras referências que levaram Spielberg o mais perto de um filme de terror “sangrento” muitos anos depois de uma perna solitária deslocar-se rumo ao fundo no mítico Tubarão.

2017 THE POST

Se para Spielberg a abordagem política dá-se dentro dos limites da democracia liberal, no caso em questão isso está longe de excluir uma ideia de fundo subversiva: e se toda a Guerra do Vietnam, com todas as chacinas e a ferida aberta na psique americana, fosse uma farsa que consistia em esconder relatórios que diziam que a guerra estava a ser perdida? Com esta base no “background”, Spielberg narra a enorme batalha de bastidores de um jornal no início dos anos 70 (o Washington Post) contra a concorrência (o New York Times) mas, sobretudo, contra a administração Nixon durante a tentativa de publicação dos “Pentagono Papers”. Subsiste uma profunda crença num tempo onde o jornalismo podia ser, de facto, livre e incómodo – e um posto avançado da democracia. Num enredo paralelo, desenrola-se a história de uma insegura editora do Post (Meryl Steep) a pôr-se em pé numa altura ainda difícil para uma mulher – aqui  sob a sombra de dois homens mortos (o pai e o marido) e outros tantos vivos e hostis.

“The Post”

2016 THE BGF

No terreno da fantasia que lhe é tão familiar, ainda por cima baseado num autor adorado como Roald Dahl, Spielberg teve aqui um dos maiores fracassos comerciais da sua carreira – embora longe de ser dos seus trabalhos mais maltratados pelos críticos. A história gira em torno de uma menina resgatada do orfanato por um gigante. Depois do espanto, descobre que ele era amigo – e juntos partem para Londres pedir ajuda à rainha para derrotar outros grandes espécimes não tão amigos assim. Dahl, curiosamente, com seus tons sombrios e vilões macabros, parece mais adequado a Tim Burton, que adaptaria “Charlie e a Fábrica de Chocolate”, do que a Spielberg – que investe uma versão mais suave da história.

2015 BRIDGE OF SPIES

Outro dos seus dramas políticos, desta vez focando-se em 1957, no auge da Guerra Fria e inspirado num facto real. Aqui o advogado vivido por Tom Hanks é o pivô de uma complicada negociação envolvendo a troca de espiões entre os Estados Unidos e a União Soviética. Crente na democracia liberal, Spielberg toma algumas licenças, como mostrar o americano a observar massacres junto ao muro de Berlim que o advogado, na verdade, nunca presenciou. O filme valeu-se muito da prestação e da personagem vivida por Mark Rylance, uma personalidade extremamente enigmática e que acaba por conduzir uma parte importante do interesse da história. 

Leia também: “40 filmes importantes de 2022”

Leia também: “Os grandes fracassos comerciais de 2022”