Os grandes fracassos comerciais de 2022 no cinema
Hollywood continua a amargar as mais diversas complicações num mundo pós-pandémico – onde a concorrência do “streaming” não é o único fator (somado a outros que já existiam, como a pirataria) a complicar as coisas.
No ano de 2022, duas das maiores bilheteiras do ano foram de filmes chineses – roubando fatias do mercado local que sempre foram preciosos para os americanos. Igualmente relevante, a invasão da Ucrânia envolveu uma guerra cultural e Hollywood fica privada de um mercado importante – o da Rússia.
De qualquer forma, algumas obras conseguiram chegar à superfície – enquanto outras, por razões às vezes não muito óbvias, afundaram. E houve de tudo: desde de reposições de marcas estabelecidas, aventuras de grandes orçamentos e o cada vez mais difícil lugar para produções com temáticas adultas. Estas, aliás, mostraram o caráter traiçoeiro das agendas da moda.
Abaixo, seguem alguns dos grandes fracassos financeiros de 2022…
MOONFALL
Roland Emmerich, o homem por trás de Independence Day, apresentou esse projeto que, tal como o enredo do filme, acabou por assumir dimensões de uma enorme catástrofe. Com uma série de problemas no seu lançamento, Moonfall entrou para a lista de um dos maiores fracassos de todos os tempos. A história segue um astronauta amador que descobre que o curso da Lua está alterado – com resultados desastrosos para a Terra.
MORBIUS
História de um cientista (Jared Leto) que busca a cura para doenças quando ocorre o inesperado e ele se transforma numa espécie de vampiro ao fazer um teste com um protótipo. Este financiado pela Sony, foi um outro dos grandes desastres financeiros do ano.
FANTASTIC BEASTS: THE SECRETS OF DUMBLEDORE
Embora não tenha sido um fracasso de grandes dimensões, com as receitas duplicando o orçamento mas não passando de um “empate técnico”dados os custos de “marketing” e outros, este foi de longe o mais sofrível dos lançamentos do universo Harry Potter. Da Universal.
LIGHTYEAR
A história onde o Buzz Lightyear fica preso sozinho num planeta com a sua companheira e decide criar uma sociedade neste planeta – mas terá de enfrentar invasores. Os tempos gloriosos de Toy Story ficaram no passado.
STRANGE WORLD
Junto com Lightyear foi outra perda colossal da Disney – duas animações de grande orçamento a perderem cerca de U$ 100 milhões cada uma. Segundo os críticos, não merecia tal sorte. O filme conta a história dos lendários Clades, família de exploradores que embarca na sua última missão.
PAWS OF FURY: THE LEGEND OF HANK
Passado no cenário do Japão medieval inteiramente habitado por gatos. Quando o “shogum” local decide livrar-se da comunidade pobre que vive ao pé do seu castelo, nomeia como samurai um cão. Obra da Paramount que levou anos a ser concluída depois de inúmeros percalços e, lançada no verão, acabou por ter um “marketing” discreto.
THE BOB’S BURGER MOVIE
Tentativa da Fox em levar para o grande ecrã a série adulta homónima (que já vai em 13 temporadas) no formato músical/animação/comédia. Bob e sua família tem uma “roulotte” de venda de hambúrgueres: muito preocupado com a qualidade deles, tudo mudo quando se trata do serviço de atendimento ao cliente…
BLACKLIGHT
Enorme “flop” onde um Liam Neeson como protagonista de um filme de ação não conseguiu repetir velhos feitos do género, como Taken. Ele aqui é um agente que descobre uma ameaça aos Estados Unidos e entra em confronto com o diretor do FBI.
AMBULANCE
História de dois homens que roubam uma ambulância para fugir de um assalto. Segundo “flop” num mau ano para Jake Gyllenhaal – desta vez trazendo Michael Bay com orçamentos distantes dos “transformers”, mas ainda assim não escapando aos prejuízos.
THE NORTHMAN (imagem de abertura)
Robert Eggers veio de filmes prestigiados (The Witch, The Lighthouse) para um orçamento de U$ 100 milhões e um épico “viking”. O elenco estelar não ajudou a salvá-lo do fracasso comercial cuja premissa é comum a sagas do estilo – um menino que cresce como guerreiro para vingar a morte do pai.
THE UNBEARABLE WEIGHT OF MASSIVE TALENT
Com Nicholas Cage a fazer de si próprio, ele aceita ficar na ilha de luxo de um amigo, mas quando o inesperado acontece ele vê-se no enredo de um filme de ação. Teve boa receção, mas ficou bastante aquém dos custos de produção.
THREE THOUSAND YEARS OF LONGING
História de uma académica que encontra um génio que lhe concede três desejos em troca da liberdade. George Miller dá-se melhor nas bilheteiras com Mad Max, em que pese o facto de ser um dos mais promissores (em termos de qualidade) de todos os filmes da lista.
THE 355
Um forte “cast” feminino coloca as mulheres no centro deste filme de ação e espionagem onde um grupo de agentes de diferentes países tenta trabalhar em conjunto contra uma ameaça global. Com coprodução de Jessica Chastain e distribuição da Universal.
SHE SAID
A tentativa de recriar a ascensão do movimento MeToo e a queda de Harvey Weinstein terminou por ser um “flop” mundial. O drama centra-se na história de duas jornalistas do New York Times, cujas investigações tiveram grande impacto para revelar o problema do assédio sexual em Hollywood.
BROS
Tal como She Said, Bros enfrenta o caráter traiçoeiro das “agendas”: com um “cast” inteiramente LGBT e uma comédia romântica homossexual, o filme não conseguiu triunfar no “box office” – e em que pese a boa receção por parte da crítica.
AMSTERDAM
Um elenco imponente afunda com David O. Russell (longe vão os tempos de grandes parcerias com o malfadado Harvey Weinstein) nesta comédia que não agradou nem público nem crítica. Livre recriação histórica onde um grupo tenta evitar que o presidente americano seja substituído por um fantoche ao estilo de Hitler e Mussolini, em 1933. Mais um da Fox, a ala de “cinema adulto” da Disney.
DEATH ON NILE
Depois de um enorme sucesso baseado em Agatha Christie (Murder in the Orient Express), pensou-se que pegar em outro clássico da escritora inglesa daria igualmente bons resultados. No enredo, um casal viaja em lua-de-mel num cruzeiro no Nilo, mas ela sente-se perseguida pela ex-namorada do marido e chama Hercule Poirot para protegê-los. Mas as coisas não correm como esperado – nem para o os personagens nem para os produtores do filme..
DEVOTION
História de Jesse Brown, o primeiro aviador negro da história militar americana. Vai ver o contrasenso de reforçar a representação negra através da glória militar num conflito que reduziu a Coreia a escombros responda pelo fracasso colossal do filme.