Monet, sob o signo da água
A vasta obra de Oscar-Claude Monet aparece abordada sob o signo da água no documentário Monet – Magia de Luz e Água. O filme, realizado por Giovanni Troilo, estará brevemente disponível na plataforma Filmin. A apresentação ficou a cargo da atriz Elisa Lasowski (da série televisiva Versailles), que a certa altura observa que o curso do rio Sena, com a sua imensidão de curvas, funciona como uma espécie de espinha dorsal da vida e do trabalho do pintor.
Tudo começa em Le Havre, junto do Atlântico, para onde se mudou com a família aos cinco anos. Natureza, luz e água convertem-se num dos grandes desejos de Monet – um processo de imersão na natureza a qual se dedicará durante toda a sua vida.
Em 1874, junto ao grupo que incluía Degas, Cézanne e Renoir contorna o bloqueio do circuito tradicional de salões e apresenta uma série de obras na exposição da Sociedade Anónima das Artes, em Paris.
O termo impressionismo vem de um crítico muito desagradado (Louis Leroy) com as técnicas de Monet em “Impressão Nascer do Sol” e ironizou não estar nada “impressionado” com aquilo; sem querer acabou por dar um batismo ao trabalho daqueles “excluídos”.
Monet volta com a família de um exílio em Londres durante a guerra Franco-Prussiana, em 1871 e vai novamente parar às margens do Sena. Desta vez é em Argenteuil, local onde, pela primeira vez, cultiva um jardim com o expresso objetivo de pinta-lo.
Mas será Giverny, a 75 quilómetros de Paris, para onde se mudou em 1883, que o pintor tornará célebre. Aqui surgirá uma impressionante obra não só artística mas de génio empreendedor – na qual, aparentemente só a amizade com o proeminente Clemenceau lhe permitiu arranjar as autorizações necessárias para as suas pretensões: construir um lago artificial junto do seu jardim.
O projeto encontrou forte resistência da população agrária da localidade de 500 habitantes – que não percebia um empreendimento que não fosse destinado à produção de alimentos, mas antes a fins estéticos…
O “lago artificial” de Giverny acabou sendo um dos símbolos de Monet – é hoje ponto turístico e património nacional da França – um jardim sofisticado preservado por um trabalho de equipa de atuação permanente no local. Uma das plantas, que se desenvolve particularmente em águas paradas, seria o tema de cerca de 250 quadros: os nenúfares.