IndieLisboa 2022, os filmes: “Coffin Homes”

IndieLisboa 2022, os filmes: “Coffin Homes”

Maio 9, 2022 0 Por Roni Nunes
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Uma piada “trash” vinda de Hong Kong e, por si só, interessante – onde faria uma bela dupla temática com o já longínquo A Comunidade, de Alex de la Iglesia, em satirizar a ganância dos vendedores imobiliários e da sociedade que os alimenta de forma geral.

As “casas-caixão” do título existem mesmo e referem-se às minúsculas habitações que abrigam os que não tem dinheiro para pagar por melhor – algumas das quais nem tendo espaço para uma pessoa dormir devidamente estendida numa cama. Na segunda cidade com maior densidade demográfica do mundo, estimam-se que 200 mil pessoas vivam nestas condições.

Mas este não é, certamente, o problema  da família de quatro madames e um rapaz que esperam com alguma impaciência que a mãe de 93 anos, miraculosamente “salva” depois de ter ido parar ao hospital, “dê lugar” aos mais jovens na partilha de bens.  Mas as coisas não se resolverão de forma tão simples…

Paralelamente, é o agente imobiliário … que anda em apuros, primeiro ao ser obrigado por gângsters a pagar as dívidas da namorada desaparecida e depois porque, à maneira de Beetlejuice existem, nas casas que anda a vender, fantasmas muito incomodados por terem novos inquilinos – deixando bem claro que os destemidos serão punidos com uma violência “gore” atroz e escatológica. Entre estas, cenas como a de um sujeito anda com os intestinos à mostra e o protagonista, sem nenhuma razão lógica, resolve enfiar lá a sua cara.

Obra de Fruit Chan, cuja já longa carreira iniciou em 1993 e produziu sucessos internacionais, como Made in Hong Kong.