Doclisboa 2022: “The Fire Within: Requiem for Katia and Maurice Krafft”
Cineasta seduzido por naturezas grandiosas e aventuras não menos gigantescas dos humanos a enfrentá-las, o grande Werner Herzog desta vez deixa-se encantar e limita-se a construir na montagem um filme com o arquivo de imagens dos vulcanólogos Katia e Maurice Krafft. Se as vidas humanas tivessem conclusões à moda da ficção, o casal teve o…
Doclisboa 2022: “A Viagem do Rei”
A “viagem” do título está mais para o seu uso metafórico à moda dos psicodélicos de outros tempos do que o de um deslocamento geográfico propriamente dito. No epicentro do vórtice visual desenvolvido por João Pedro Moreira está a cabeça de Rui Reininho, figura mitológica da história do “pop/rock” português. Ainda assim, nem só de…
Doclisboa 2022: “O que Podem as Palavras”
Se uma mulher incomoda muita gente, três incomodam muito mais. A partir desta constatação, três escritoras juntaram-se ainda sob o manto apodrecido da ditadura portuguesa, em 1972, para uma aventura literária que lhes valeu uma tentativa de humilhação pública e uma quase ida para a prisão. Assim, enquanto recupera um episódio singular da literatura lusitana…
Doclisboa 2022: “Dreaming Walls”
Filme da secção Heart Beat, onde o foco recai sobre o hotel Chelsea, localizado no coração de Manhattan, e que já foi abrigo de muitos artistas famosos, como Janis Joplin, Patti Smith, Leonard Cohen, Jim Morrison, Robert Mattlethorpe e a trupe da Factory de Andy Warhol. Já há oito anos em obras para ser transformado…
Doclisboa completa 20 anos com a exibição de 281 filmes
Entre curtas e longa-metragens, o maior festival de documentários em Portugal reúne quase três centenas de filmes – espalhados por seções retrospetivas e muitas novidades. Três filmes marcam as secções de Abertura e Encerramento: duas curtas na primeira, entre os quais o novo trabalho de Lucrecia Martel (Terminal Norte) e outra que cede protagonismo à…
IndieLisboa 2022, os filmes: “Arrebato”
Arrebato aprecia-se melhor não como um filme, mas como uma experiencia, com todos as suas implicações. E essa experiencia é, sobretudo, visceralidade, um mergulho sem amarras num mundo próprio, ditado pelas regras da arte enquanto total liberdade e inconsequência. Algo talvez possivel ou, pelo menos, potencializado, pelo uso das mais violenta das drogas , a…
IndieLisboa, 2022 os filmes: “Laurent Garnier: Off the Record”
No final dos anos 70 a música eletrónica fazia grandes viagens ao redor do mundo: podia vir da Alemanha uma sedutora viagem espacial ou um violento “insight” mundo da robótica tornada “pop” (os Kraftwerk e o seu “The Man Machine”, de 1977), ou os ainda mais “pops” destinos da eletrónica com os japoneses do Yellow…
IndieLisboa 2022, os filmes: “A Viagem de Pedro”
Não é certo que muita gente tenha reparado, mas o pénis compõe, de forma literal e simbólica, o centro deste olhar feminino sobre a figura de D. Pedro (D. Pedro I, no Brasil, IV, em Portugal, vivido por Cauã Reymond). Sempre atrelado a algo desagradável (doença, adultério, violência, machismo, impotência), o órgão sexual dos homens…
IndieLisboa 2022, os filmes: Kandisha
Em tempos em que as demandas sociais são determinantes no conteúdo dos filmes, as peças parecem dispostas no jogo de Kandisha sem maiores sobressaltos. Três jovens mulheres de uma França multicultural apossaram-se de uma velha “arte” masculina (o grafiti) para os seus tempos livres. Uma delas é negra (Suzy Bemba que, aliás, já está escalada…
IndieLisboa 2022, os filmes: “O Jovem Cunhal”
Na ovacionada e lotada sessão no São Jorge num momento crítico do Partido Comunista Português, uma de de duas hipóteses se puseram: ou todos os militantes do PCP sobreviventes aos desastre de uma inepta gestão da imagem mediante o apoio à Rússia na invasão da Ucrânica estavam dentro da sala, ou existiram aqueles que separaram…
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